A violência contra crianças e adolescentes configura um processo endêmico e global que tem características e especificidades inerentes às diferentes culturas e aspectos sociais. A violência é determinada pelas relações de força, sinalizada como ausência de poder, tanto de classes sociais como em relações interpessoais e de gênero. Chaul (1984) evidencia aspectos de relações hierárquicas de desigualdade e a coisificação do sujeito, a violência seria aquela que resulta em alienação, identificação da vontade e da ação de alguém com a vontade e a ação contrária que a dominam. 

A violência contra a Criança e adolescentes está presente em todas as camadas sociais e vitima em ambos os sexos. Segundo o mapa afetivo levantado pela ASAP no ano de 2020, as crianças e adolescentes veem o território como um espaço de diversão e diversidade, mas também como um espaço de preconceito, racismo e de poucas oportunidades para eles e elas.

O abuso sexual de crianças e adolescentes se configuram como uma expressão da violência grave, sendo, portanto, um fenômeno complexo que desafia todos os atores institucionais, pois, não se trata de casos isolados a serem resolvidos apenas no âmbito no sistema de justiça. Neste sentido, conhecer as formas de enfrentá-los é primordial para uma intervenção estratégica que assegure e promova os direitos de meninos e meninas.

Segundo o jornal periódico Orla Noticia, a área técnica da saúde para a criança da SES pontua que os dados são exorbitantes, devido a uma série de causas, e o período de pandemia em que as crianças e adolescentes ficam em casa devido ao isolamento social, são fatores a serem considerados para o aumento dos casos em 17% na cidade de Palmas. 

Conforme o mapa social desenvolvido pela ASAP, das adolescentes gravidas que chegam até o projeto cerca de 10% vem de famílias vulneráveis, algumas vivem apenas com a mãe ou parentes, migrantes de outras regiões que chegam a Palmas por diversas razões.

Segundo divulgou o jornal do Tocantins em matéria de 02/01/2021, dados do portal Integra Tocantins, o índice de adolescentes grávidas no ano anterior foi de 18% no estado, grande parte desse número na cidade de Palmas. Diante desses dados é de extrema necessidade realizar ações preventivas e de apoio a essas adolesces, em todos os espaços viáveis e possíveis para que esse índice seja diminuído.

Atuando desde a implantação da Arquidiocese de Palmas, a ASAP vem a 24 anos atuando na defesa e garantias dos direitos fundamentais da pessoa em todo seu território de atuação. Parcerias com os grupos de jovens das paróquias, as escolas, associações, movimentos sociais e os CRAS, são vitais para o desenvolvimento de tais ações. Nesse sentido buscamos realizar atividades formativas em parceria com essas instituições, como palestras, rodas de conversa, seminários bem como distribuição de materiais informativos, fiscos ou virtuais.

Somos conscientes que a desigualdade social e a pobreza farem parte da realidade de Palmas e as consequências são evidentes: drogadição, violências domésticas, abuso sexual de criança e adolescente e evasão da escola, dentre outros.

Com o objetivo de ofertar oportunidade às adolescentes vítimas em situação de gravidez na adolescência, a Ação Social Arquidiocesana de Palmas ASAP, mantem a casa de acolhimento denominada Casa de Marta, com várias atividades pedagógicas formativas, com vistas a redução de danos psicológicos, emocionais e sócias, causadas pela gravides indesejada, fruto de violência praticada contra o público juvenil. 

Nesse sentido ASAP desenvolve oficinas de capacitação, tais como costura, artesanato, bordado, crochê, curso de informática básica, atividades de recreativas e lazer, dentre outras, no intuito de proporcionar o desenvolvimento de potencialidades, reconhecimento do trabalho e da educação como direitos de cidadania. 

 Neste sentido, a ASAP, por meio do projeto Educando com Arte, oferece às crianças e adolescentes oportunidades de aprendizado e inclusão social, como forma superação das situações de vulnerabilidade e desigualdade social.